Musgo-das-gemas

Musgo-das-gemas Orthotrichum lyellii Hook. & Taylor

  • Onde me podes visitar: Parque Biológico
  • Origem: Autóctone
  • Descrição:

    Tipicamente, este musgo forma tufos robustos e extensos, até 6 cm, de cor verde-escura ou acastanhada. Os pequenos caules são bastante ramificados e as respetivas extremidades tendem a curvarem-se para cima. Os filídeos, pequenas folhas, são flexuosos, oblongo-lanceolados.


    Esta é uma espécie inconfundível dentro do género Orthotrichum, devido à presença quase constante e em abundância de propágulos ou gemas, de cor acastanhada, dispostos sobre quase toda a planta. Estes propágulos assexuados são visíveis com uma simples lupa e conferem à planta um aspeto mais ou menos pulverulento ou arenoso.

    Com recurso a um microscópio, é possível observar que estes propágulos são como fios de células justapostas, simples ou ramificados.
    A estratégia de vida deste musgo baseia-se essencialmente neste tipo de reprodução assexuada, também chamada de vegetativa.

    Os propágulos, também chamados de gemas, são facilmente dispersos pela ação da chuva, vento ou outros agentes como pequenos animais. Mal se desenvolvem em novos substratos, podem dar origem a uma nova planta, tal como pequenos clones. Este é um mecanismo de reprodução muito eficaz na colonização de novos locais e substratos, por vezes difíceis e inacessíveis a outro tipo de vida vegetal.


    Os esporófitos, estruturas de reprodução sexuada, são pouco frequentes nesta espécie, mas quando se formam, observam-se cápsulas estriadas, com uma caliptra em forma de capuz que cobre toda a cápsula.

    Este musgo é muito usado em estudos de avaliação de poluição atmosférica, porque é um bioindicador de metais pesados que acumula poluentes do ar nos seus tecidos, servindo como um registo vivo e contínuo dos níveis de poluição local.


    Podemos encontrar esta espécie pela Europa e América, sendo considerado um musgo oceânico-mediterrânico. O género Orthotrichum apresenta uma grande diversidade de espécies e, recentemente, com base em resultados moleculares, foi proposto um novo arranjo taxonómico para este género, no qual Orthotrichum foi dividido em 4 géneros. Esta espécie em particular, O. lyellii foi recentemente transferida para o género Pulvigera. Este novo nome refere-se, mais uma vez, à característica de apresentar muitos propágulos, que quase parecem pó na sua superfície (do latim pulvi, que significa pó).


    Orthotrichum lyellii coloniza preferencialmente troncos de diferentes espécies de árvores e, no Parque Biológico, é possível observar esta espécie em muitos dos recantos arbóreos. Com uns olhos mais atentos e com uma simples lupa, deixe-se encantar por este pequeno musgo, sempre pronto a renovar, regenerar ou recomeçar. Sejam bem-vindos os ciclos de renovação e os novos recomeços!

     

    Texto: Helena Hespanhol (CIBIO/INBIO-UP) e Cristiana Vieira (MHNC-UP). Foto: Maria João Branco. Fotos de pormenor: Helena Hespanhol. 
    Fonte - Revista «Parques e Vida Selvagem» n.º 58.

     

 

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