Musgo-aloe

Musgo-aloé Pogonatum aloides (Hedw.) P. Beauv.

  • Onde me podes visitar: Parque Biológico
  • Origem: Autóctone
  • Descrição:

    Como o próprio nome comum sugere, este musgo assemelha-se a um pequeno cacto-aloé, dado que apresenta filídeos (folhas pequenas) de cor verde-escura, rígidos e mais ou menos triangulares, dispostos em rosetas em caulóides (eixos do caule) curtos e eretos.

    Tal como nos aloés, os filídeos deste pequeno musgo têm um aspeto quase suculento, dado que apresentam numerosas fiadas de células dispostas perpendicularmente ao longo da nervura que evitam a perda de água e auxiliam nas trocas gasosas essenciais à fotossíntese. Em estado seco, esta típica aparência modifica-se bastante e os filídeos ficam enrolados e curvados para dentro.


    O nome do género deriva do latim pogon que significa barba e remete para o aspeto fibroso, e branco das caliptras - estruturas que protegem as cápsulas enquanto jovens. As cápsulas, estruturas na qual se formam esporos, são bastante comuns, cilíndricas e têm a particularidade de ir descorando durante a maturação das cápsulas e consequente libertação de esporos.


    A maioria dos musgos produz um protonema - uma estrutura filamentosa originada a partir da germinação dos esporos, de caráter efémero, a partir do qual crescem caulóides e filídeos. Esta espécie em particular, produz um protonema persistente e facilmente visível a olho nu assemelhando-se a um manto verde, constituído por minúsculos filamentos que lembram algas filamentosas.


    Tipicamente, este musgo coloniza abundantemente grandes áreas de taludes terrosos e declivosos, geralmente ensombrados, húmidos e recém-formados, apresentando uma distribuição gregária - tipo de crescimento, em que os indivíduos crescem juntos, não chegando, no entanto, ao ponto de formarem tufos densos. Esta espécie é muito vulgar no nosso País, evitando apenas substrato calcário. No Parque Biológico de Gaia, este musgo pode ser encontrado em taludes terrosos que ladeiam muitos dos caminhos.


    Convém realçar que esta espécie de musgo não possui as mesmas propriedades medicinais do que os aloés e, como tal, as suas semelhanças morfológicas são pura coincidência. No entanto, mesmo não tendo nenhuma aplicação medicinal, este musgo pioneiro desempenha um papel ecológico fundamental em ecossistemas e micro-habitats terrestres, ao reduzir a erosão do solo e auxiliando na fixação das partículas, ou mesmo na acumulação de solo e humidade entre os tufos de musgo. Afinal, mesmo o mais pequeno ser vivo tem sempre uma função e especial contributo no ecossistema onde vive…

     

    Texto: Helena Hespanhol e Cristiana Vieira (CIBIO-UP). Foto: Cristiana Vieira.
    Fonte - Revista «Parques e Vida Selvagem» n.º 50.

     

 

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