Este musgo apresenta tufos densos, com cores que variam do verde ao vermelho. Os caulídios, pequenos caules, são eretos, atingindo 1-3 cm de altura, com filídios, pequenas folhas, progressivamente maiores em direção ao ápice do caulídio. Os filídios são oblongo-lanceolados, com margem recurva, superficialmente denticulados no ápice, apresentando uma nervura forte, levemente excurrente.
Em estado seco, os filídios são flexuosos e retorcidos em espiral na parte apical, mas quando húmidos, os filídios apresentam-se estendidos. Tipicamente, quando vistos de cima, é possível observar que os filídios superiores apresentam uma ligeira torção lateral caraterística.
É uma espécie dióica, ou seja, com plantas femininas e masculinas em colónias diferentes, mas com esporófitos frequentes. É inconfundível quando em frutificação, com esporófitos maduros. Estes surgem tipicamente na primavera e início do verão, com sedas ou hastes de cor avermelhada quase púrpura, daí o seu nome comum. As cápsulas, estruturas produtoras de esporos suportadas por estas sedas ou hastes, quando maduras, apresentam também uma cor quase púrpura. Em estado estéril, poderá ser mais difícil identificar esta espécie.
Musgo terrícola que coloniza todo o tipo de solos, exceto os muito básicos. Comum em bordas de caminhos, muros com terra acumulada, dunas e plantações florestais. Coloniza também zonas queimadas, juntamente com uma outra espécie pioneira pós-fogo, a Funaria hygrometrica. Tolera uma contaminação ambiental muito elevada e poderá suportar impactos humanos muito fortes nos ecossistemas.
É uma espécie cosmopolita, bastante frequente na Europa Central. É também muito frequente em Portugal e, no Parque Biológico de Gaia, é possível observar em solo exposto.
Em 2012 descobriu-se que as plantas femininas e masculinas de C. purpureus emitem aromas orgânicos voláteis diferentes e complexos e verificou-se que microartrópodes, como ácaros e colêmbolos, escolhem preferencialmente as plantas femininas, potenciando assim o sucesso da fertilização do musgo. Os resultados parecem sugerir uma relação planta-polinizador análoga à encontrada nas plantas com flores.
Por último, um estudo ainda mais recente destaca a alta resiliência de C. purpureus face a mudanças climáticas abruptas e abre novas perspetivas sobre a resposta fisiológica de certas espécies de musgos face a cenários de mudanças climáticas. Coloca-se então a seguinte questão: será este musgo um dos sobreviventes aos impactos ambientais causados pela Humanidade?
Texto: Helena Hespanhol (BIOPOLIS/CIBIO-InBIO/MHNC-UP) e Cristiana Vieira (MHNC-UP).
Foto: Cristiana Vieira (MHNC-UP).
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